Já faz um bom tempo que
não publiquei uma entrevistas aqui, mas agora volto com tudo. Desta vez a
entrevista é com Michelli Moraes.
Ela nasceu no Mato Grosso
do Sul, mas foi muito pequena para Brasília e desde então se considera uma
brasiliense. Adora escrever, viajar e tomar um bom vinho. (Quem a acompanha nas
redes sociais sabe que isso é verdade, pois vimos sempre nos seus storys as
fotos dos vinhos) É autora da série Sublime, seu romance de estreia. A série é
composta pelos livros Sublime, Incondicional e Encontro, os dois primeiros é um romance medieval e o terceiro já
se passa nos dias atuais.
Sua carreira como
escritora surgiu do nada, segundo a autora ela teve um sonho com uma cena e daí
outras foram surgindo até ele escrever Sublime, onde escreveu por três meses. Ela
é escritora independente e seus livros são produzidas por ela mesmo. E sem falar que ela é superrr gente boa e parceira do blog. J
Acompanhe abaixo a nossa
conversa:
1. No
livro Sublime, temos um cenário bem
europeu que nos remete ao século XV, quando, principalmente, as mulheres tinham
que obedecer a ordens, fazer tudo o que foi planejado por seus pais. E aquelas
que nasciam filhas de reis quase não podiam fazer nada. Como foi pra você
escrever uma história numa época que as coisas eram bem rígidas?
Nossa! Adorei escrever sobre esse tema. Sou
apaixonada por História, especialmente por esse período da Idade Média, então
leio muito a respeito, assisto a séries e a filmes. Gosto de entender como as
coisas funcionavam, essa submissão da mulher que hoje se torna algo tão difícil
de compreendermos. Foi realmente incrível “viver” esse período para tentar passar
um pouco daquela realidade para o livro.
2. Ainda
no livro Sublime, como foi escrever
sobre Isadora, em que, com a continuação da leitura, acompanhamos seu
amadurecimento, suas conquistas e o redescobrimento? Até a segunda parte do
livro ela ainda não se dera conta do seu próprio poder como mulher, ela ainda é
muito mimada.
Isadora é uma personagem que adoro. Real, cheia de
falhas, fruto do meio em que foi criada, mas que teve a força e a inteligência
necessárias para avaliar seu comportamento e perceber que o mundo esperava mais
dela. Quando resolveu tomar as rédeas da própria vida, demonstrou o poder que
tinha.
3. Já
no segundo livro, Incondicional,
temos a história de outra geração, na qual o casamento arranjado permanece, mas
traz algo diferente comparado ao primeiro. O que te motivou a dar continuidade
à narrativa, o que você quis passar com esta continuação?
Incondicional me veio à mente pouco antes de
terminar Sublime. Na verdade, a ideia do Encontro, o terceiro livro, surgiu
antes mesmo do segundo J Contudo
quando comecei a escrever Incondicional, ele adquiriu uma força tão grande, me
arrastando para um mar de emoções.
Mais uma vez, eu quis mostrar um cenário muito
real, com a dominação masculina, o poder absoluto dos reis, a submissão da
mulher. Além disso, o amor e a união familiar também foram enaltecidos nessa
história. Em uma época repleta de inveja, jogos de poder e egoísmo, as
demonstrações de amor que ocorreram nesse livro foram o que o tornaram tão
especial para mim.
4. Ainda
no segundo volume da série temos o casamento arranjado do rei Felipe, mas sua
atual esposa, apesar dos dias acabar se apaixonando por seu marido e descobrir
da sua amante, não abre mão dos seus valores e daquilo em que acredita. Como
foi escrever sobre um, querendo ou não, triangulo amoroso, mas com um
diferencial?
Esse triângulo amoroso também me foi muito especial.
Era algo absolutamente comum à época e, normalmente, os reis jamais se
desfaziam de suas “favoritas”. As rainhas eram obrigadas a aceitar a situação,
fingindo não perceberem ou, simplesmente, convivendo com essas outras mulheres.
Giulia foi muito forte ao tomar uma atitude que ia
contra todos os costumes da época. Por maior que fosse seu amor pelo marido,
percebeu que tinha seus próprios limites e que não suportaria mais seguir em
frente, vendo-os desrespeitados.
5. Qual
foi a sua inspiração em escrever estes romances medievais? Como foi a parte da
pesquisa, pois os cenários, os bailes, roupas e costumes daquela época é bem
diferente dos dias atuais?
Minha inspiração vem das viagens que fiz, dos
livros que li e dos filmes e seriados a que assisti. Quando fecho os olhos e
imagino como as coisas se passavam, quase posso senti-las acontecendo e, assim,
tento passar para o papel com o máximo de veracidade, buscando inserir o leitor
nesse universo tão fascinante.
6. No
terceiro volume da série, Encontro, já
se passa nos dias atuais. Porque essa mudança no tempo, do século XV para os
dias atuais?
Sim. Encontro é contemporâneo. A ideia de trazer o
passado para o presente sob o olhar de uma historiadora foi algo que me
empolgou muito. Foi uma maneira de arrematar os fatos e acontecimentos de
Moreau-Leclerc possibilitando, de certo modo, que o leitor sentisse que poderia
visitar esses lugares no presente.
7. Dos três livros
já publicados qual é o personagem que você mais se identifica e aquele que deu
certo trabalho para cria-lo?
Identifico-me com a Luísa, do Encontro J Digo que
tem muito de mim nela. Muitas de suas sensações, suas paixões e realizações
também vivenciei de certa maneira. Por isso, esse livro me é tão especial.
Cada personagem é único para mim. Não conseguiria
dizer qual me deu trabalho para criar. Quando um personagem surge em minha
mente, ele cria vida própria tão intensamente que tudo acaba se desenvolvendo
de modo muito tranquilo.
8. Desde
quando se iniciou o planejamento, desenvolvimento e publicação do primeiro
volume da série? Qual foi a ideia inicial?
Demorei cerca de três meses para escrever Sublime.
Depois vieram as revisões, planejamento de capa e autopublicação. O processo
todo deve ter demorado uns seis meses.
A ideia inicial era escrever apenas essa história,
mas as outras surgiram e o que era apenas um livro se transformou em uma série.
9. Gosto
sempre de perguntar aos escritores, principalmente àqueles que publicam livros
por conta própria, qual foi a maior dificuldade em publica-los e o que te levou
a fazer isso sem ajuda de alguma editora? Pois sei o desempenho que os autores
tem para criar a divulgação e publicação do seu livro. Pois, em algumas
editoras, o investimento é muito alto.
O mais difícil em uma autopublicação é justamente
essa parte da divulgação. Tudo fica por conta do autor que, muitas vezes, não
tem o tempo e o conhecimento de área necessários.
Resolvi publicar por conta própria porque no
Brasil, infelizmente, não são muitas as editoras consagradas que aceitam
analisar originais de escritores desconhecidos.
Quanto às editoras que trabalham com investimento
por parte do autor, acho que é uma opção bem interessante, uma importante
ferramenta para se entrar nesse mercado editorial. Contudo, ao menos por
enquanto, prefiro ter o controle total sobre meus livros, mantendo-os apenas
nas plataformas que já utilizo.
10. Como foi que os leitores reagiram ao
lerem os livros? pelo que já vi vem aumentando o número leitores e fãs da série.
As reações têm sido bastante positivas! Estou
realmente muito feliz com o retorno que venho recebendo dos meus leitores. Não
há nada mais gratificante do que ler uma resenha ou receber uma mensagem de
pessoas que dizem se encantar com minha escrita, se envolver com os
personagens, seja para amá-los ou detestá-los J Afinal, a intenção ao se criar cenários e
personagens é justamente isso, fazer com o que o público os sinta como reais.
11. Para finalizar, o que podemos esperar
para o quarto e último volume da série?
Ah, o spin off será um romance super fofo, querido,
que trará personagens bem reais, que vivem conflitos parecidos com os nossos,
que lutam para superar traumas e encontrar a felicidade.
Não posso falar muito, mas uma coisa é certa:
adorei escrevê-lo! Mergulhei em emoções e presenciei superações com essa história.
Espero que os leitores também apreciem esse novo
livro assim como têm apreciado da trilogia Sublime J
Obrigada pela a
entrevista, Michelli. Estou amando a leitura dos seus livros, já li Sublime
(tem resenha aqui no blog), estou lendo Incondicional e quero ler o terceiro
volume, e aguardo ansiosamente pelo o spin
off da série. O que precisar do blog pode contar sempre.
Veja outras entrevistas
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