sexta-feira, 5 de outubro de 2018

[Conversando com Escritores] Samanta Holtz #Entrevista

A entrevista de hoje vai ser com Samanta Holtz, ela é autora de quatro livro: “O Pássaro”, “Quero ser BethLevit”, “Renascer de um Outono” e “Quando o Amor Bater a Sua Porta”. Ela também é fã de Nicholas Sparks, vem livros novos por ai e no Natal ela lança uma nova história, desta vez em conjunto com outras autoras.

(Foto: Rede social)

Samanta Holtz é paulista e ama o que faz, já ganhou vários prêmios e tem um canal no YouTube, onde dá dicas de como escrever livros, sem falar que ela também tem um blog. 

   1.   Em seu romance histórico, O Pássaro, temos a história de um casal que busca a liberdade. O que te motivou e o que você quis passar com essa história?

Em primeiro lugar, muito obrigada pelo convite à entrevista! Espero que você e os leitores do blog gostem de saber um pouquinho mais sobre mim! :) A ideia para “O Pássaro” surgiu ainda na adolescência, quando, nas aulas de História do Ensino Médio, aprendíamos sobre o Feudalismo. Eu achava aquele cenário encantador e, ao aprender sobre vassalos, senhores feudais, idealismos religiosos da época e submissão da mulher, comecei a imaginar: “como seria a vida de uma garota à frente do seu tempo, no Feudalismo?”. Foi a partir disso que Caroline tomou forma em minha imaginação, bem como Bernardo e o amor proibido que viveriam. Colocar a história no papel foi uma consequência... quando nasce uma ideia, chega um momento em que ela ganha tantos detalhes dentro de nós que ela praticamente implora para ser escrita, e é impossível negar a ela esse direito! (risos) E ver o livro publicado foi um sonho alcançado. Na época, eu tinha outros 2 prontos e escritos, porém “O Pássaro” era a história mais preparada para eu tentar publicação. A mensagem que desejei transmitir, através dele, foi a busca corajosa por um ideal.

    2.   Seus livros publicados até agora são todos romances, seja histórico ou contemporâneo, você pensa em algum dia escrever, pelo menos uma história, com outro gênero literário?

Tenho originais já prontos de histórias que exploram um pouco do Sobrenatural, e um dia pretendo publicar. E o novo livro que estou escrevendo, embora seja de gênero romance, não tem o foco na história de amor. O relacionamento amoroso existe, porém o carro-chefe da trama está mais ligado a questões femininas da atualidade que escolhi abordar. Minha intenção é que cada leitora se sinta retratada e representada lá dentro, e absorva uma mensagem diferente dentro do seu universo e da sua realidade.

  3. É muito comum encontrarmos nas histórias de seus livros personagens com algum segredo, seja algo do passado ou algo que ele quer esquecer. Qual a importância disto no enredo e o que você pensa sobre isso?

Todo bom livro pede que o personagem evolua ao longo da trama, que ele aprenda algo – e que, de alguma forma, o leitor evolua junto. Quando o personagem já carrega algo do passado logo no início do livro (mesmo que venha a ser revelado somente mais tarde), já gera uma identificação imediata com o leitor; afinal, quem de nós não tem suas próprias cicatrizes, muitas vezes escondidas? É algo praticamente inerente ao ser humano e, quando escrevemos romance, um gênero que se propõe a retratar a realidade, penso que é um ponto de partida interessante. Dores do passado são mais profundas, mais enraizadas na alma, e curá-las exige um processo de profunda imersão, envolvimento e, na maioria das vezes, sacrifício. Mas é muito libertador! E é essa sensação de libertação (e de que ela é possível) que me motiva a incluir este elemento em minhas histórias.

  4.Em Quero ser Beth Levitt, temos uma garota que deseja ser a personagem do seu livro preferido. E você, tem algum livro preferido? E se pudesse viver a vida em um dos seus personagens qual seria?

Eu sou apaixonada pela saga Harry Potter! Também amo romances de autores como Maurício Gomyde, Nicholas Sparks, Liane Moriarty, Sophie Kinsella... ainda assim, não consigo eleger um único livro de ficção como “favorito da vida”. Não sei se é mal de escritora (hahaha!), ou se eu amo tantos livros que não acho justo eleger somente um. Das minhas histórias, acho que eu adoraria viver a história da Amie. Já pensou que incrível fazer parte das gravações de um filme ao lado do meu ator favorito? :) Ryan Reynolds... Robert Downey Jr.... (na adolescência, antes de me casar... que fique claro, antes que o maridão leia essa resposta e interprete tudo errado! Hahaha).

    5.   Já em Quando o Amor Bater a Sua Porta conhecemos de perto a vida de uma escritora em seu processo de escrita de um livro. Você como autora é como a Malu? Pois quando eu estava lendo o livro senti muito sua personalidade nela.

Esse livro veio para provar aquela máxima de que “a arte imita a vida / a vida imita a arte”. Neste livro, eu coloquei alguns elementos inspirados em experiências reais – por exemplo, a Fazenda Ashram, que é inspirada na Fazenda Lila, onde já participei de alguns retiros de yoga. Quando escrevi a primeira versão da história, eu estava em um momento de vida... e, depois que ela foi aprovada para publicação, enquanto eu trabalhava nas versões de preparação e revisão do texto, alguns acontecimentos me aproximaram muito do momento de vida da personagem. Até os cabelos eu cortei! (risos) Não que tenha feito por causa da personagem, foram coincidências muito curiosas. Inclusive, quando voltei à Fazenda Lila depois da publicação, enfrentei um temporal muito parecido que quase impediu o carro de chegar, e tivemos que tomar uma estrada alternativa! Enfim, enrolei e não respondi, né? (hahaha) A verdade é que, no começo do livro, a Malu é bastante diferente de mim. Ela tem certa arrogância, é fechada em seu próprio mundo e, por mais que aja assim como mecanismo de defesa, acaba magoando as pessoas. Quando o livro foi lançado, eu também estava um pouco fechada para o amor. Mas que bom que ele bateu à minha porta, e eu o deixei entrar!

   6. Ainda no livro Quando o Amor Bater a Sua Porta, uma jornalista fez uma pergunta pra Malu que no começo da história ela não soube responder, mas depois ela respondeu divinamente. E agora eu te pergunto: O que é o amor para Samanta Holtz?

Não vale roubar as palavras do Doutor Love, né? (risos) Bem... o amor é o que move a humanidade. Isso fica claro em tempos de desamor, quando vemos as diferenças ideológicas, políticas, religiosas, dentre tantas outras, afastarem cada vez mais as pessoas. Fica um vazio, uma sensação de incompletude... é o elo do amor rompido pela intolerância. O amor, logo, é o contrário disso; é a compreensão de que o mundo do outro é diferente do nosso. É o respeito a esse mundo. O carinho e o cuidado ao tocarmos nele, pois nunca sabemos as feridas que podem estar ardendo ali dentro, tampouco as motivações que levaram alguém a tomar decisões que nos parecem tão incompreensíveis. O amor é abraçar diferenças em vez de condená-las. É educar em vez de repreender. É dialogar em vez de discutir. E amar... apenas amar!

    7.   Uma das melhores coisas que achei em Quando o Amor Bater a Sua Porta foi a coluna do Dr. Love. Ele fala muito bonito sobre o amor, mesmo quando são poucas as pessoas que acreditam nisso. Você tem interesse de escrever um spin-off dele? Não desvendando, é claro, a verdadeira identidade do Dr. Love.

Que bom saber que gostou!! Muita gente já me pediu isso, sabia? Um spin-off dele e da Rebeca, são os dois mais pedidos. Tenho algumas ideias, sim... mas trabalharei nelas apenas depois que concluir o novo romance, que está chegando no fim (oba!).

    8.   Em que e quem você se inspirou para escrever e criar o Dr. Love. Mais alguém é fã dele ou só eu?

Meus personagens dificilmente são inspirados em pessoas reais. A ideia do Dr. Love surgiu naturalmente à medida que comecei a rabiscar a história. Ele era uma figura necessária para a trama! E, quando eu me dei conta do papel que ele poderia exercer além das colunas de jornal (que não darei detalhes para não dar spoiler a quem não leu!), fiquei eufórica! (risos) Chamei minha irmã Tatiana, que é uma das leitoras-beta desde meus primeiríssimos textos, e contei a história inteira para ela, para ver se eu estava superestimando a ideia, ou se era mesmo boa. Felizmente, ela deu muito certo! E, a julgar pelos e-mails e mensagens que recebo, o “fã-clube” do Doutor Love só aumenta! hahaha

   9. Como iniciou sua carreira como escritora? Há quanto tempo você está neste segmento? Em algum momento você já pensou em desistir?

(Foto: Arquivo pessoal)
Começou aos sete anos de idade, quando eu decidi o que eu queria ser quando crescesse: redatora do Maurício de Sousa. Decidi, naquela época, começar a praticar. Então, eu pegava um monte de folhas sulfite, dobrava no meio, grampeava e criava ali minhas próprias histórias em quadrinhos! Tenho várias delas guardadas até hoje (foto ao lado). O tempo foi passando e eu comecei a escrever historinhas em texto corrido, sem os quadrinhos - o que foi uma ótima ideia, já que desenhar não era bem o meu forte! (risos) Escrevia historinhas para dar de presente aos professores e lotava cadernos com reflexões, poesias e ideias. Exercia isso como hobby, como algo que eu amava fazer, mas ainda não tinha a noção de que poderia vir a viver daquilo, um dia. Até sonhava que pudesse ser verdade, mas não achava possível que acontecesse a uma garota de uma cidade pequena do interior. Então, aos 14 anos, comecei a escrever um conto. Sem roteiro nem nada. A história foi ganhando forma, crescendo, tomando novos caminhos e, quando vi, não cabia mais no caderno em que eu a estava escrevendo à mão. Passei tudo para o computador e, durante quase dois anos, escrevi o que se tornaria "Renascer de um Outono". Foi aí que me dei conta: "escrevi um livro!". Depois que criei coragem de procurar os caminhos de uma publicação, foram quase 10 anos escrevendo sem publicar, e tentando incansavelmente, até conseguir minha primeira publicação, com “O Pássaro”. Já pensei em desistir várias vezes, tanto nesses 10 anos pré-publicação quanto depois. Temos muitas dificuldades para conseguir publicar e, depois que conseguimos e pensamos que todos os problemas acabaram, surgem vários outros desafios! Meu mantra que me salvou em todas as vezes que o desânimo ameaçou bater é: “não escrevo para ficar rica nem famosa. Escrevo porque amo, e é por isso que devo continuar”.

10.    Seus livros foram publicados pelas as editoras Novo Século e Arqueiro. Como surgiu a oportunidade de publicar seus livros com uma editora?

A primeira publicação foi a mais difícil, pois as editoras buscam mais do que uma boa história; buscam também um bom nome, uma boa imagem – e, quando escrevi meus primeiros livros, eu não somente era uma completa anônima como nem Facebook eu tinha! (risos) Consegui pelo selo “Novos talentos da literatura”, da editora Novo Século, que dá espaço a autores iniciantes. Eles cuidam de toda a produção e distribuição dos livros, porém existe um investimento do autor na compra obrigatória de uma quantidade de livros. Como eu já tentava publicar havia quase 10 anos (e naquela época o mercado era muito mais fechado do que é hoje), resolvi arriscar. E deu muito certo! Logo em seguida recebi o convite para publicar “Quero ser Beth Levitt”, no formato de publicação tradicional (sem investimento do autor). Essa obra despertou também o interesse de outras boas editoras, porém continuei na Novo Século. “Renascer de um Outono” foi aprovado e publicado na sequência... já com a Arqueiro (do grupo Sextante), com eles é diferente porque a editora não aceita originais não solicitados – ou seja, eles só leem originais que eles tenham pedido ao autor, ou que tenha sido indicado por um agente literário, o que eu não tinha. No entanto, tive a felicidade de despertar o interesse deles em ler meus originais, bem como de outras editoras incríveis. Quando recebi o contato deles aprovando meu livro e com uma proposta de publicação, quase caí da cadeira – literalmente! (risos) Amo essa editora, e é uma honra fazer parte dela, assim como é fazer parte da Novo Século!

    11.   Como é o planejamento antes, durante e depois de publicar seu livro? Você tem ajuda editora ou faz por conta própria. E o que mais motiva para escrever?

A escrita da história é feita por mim, sem auxílio ou solicitação da editora. Eles entram depois, com a preparação de texto (copidesque) e revisões, e é só então que eles apontam comentários, sugestões etc. Sobre o planejamento, é claro, há os rompantes de inspiração e criatividade que jamais devem ser desperdiçados... porém, de modo geral, é preciso se planejar. Na hora de compor a história, os capítulos e sua versão final, acho importante ter um roteiro montado, o começo, meio e fim bem desenhados, personagens construídos e pesquisas em relação aos cenários, época, realidade dos personagens e o que mais for preciso. Gosto de estar bem preparada antes de começar a escrita em si porque, senão, as lacunas deixadas pela falta de pesquisa ou de preparo podem virar bloqueio no processo criativo, ou deixar “pontas soltas” na trama. O que mais me motiva a escrever é a noção do impacto positivo que isso poderá despertar nos leitores! Meu público é minha maior motivação.

    12.  Em relação ao seu canal no Youtube, como surgiu a ideia de criar um canal onde você pode passar para as outras pessoas informações e tirar as dúvidas dos futuros escritores?

O que despertou o desejo de ajudar novos escritores através do Youtube foram dois fatores: o primeiro, porque adoro ajudar, orientar, informar... sou assim desde os tempos de escola, eu não podia ver um amigo com dificuldade em alguma matéria que eu já queria marcar grupo de estudos, inventava uma explicação nova, criava um resumo para ele. Amo poder ajudar e orientar alguém! E o segundo fator foi que, cada dia mais, eu recebia muitos e-mails e mensagens de novos autores pedindo ajuda e conselhos, e quase sempre eram as mesmas perguntas – como começar um livro? Como registrar na Biblioteca Nacional? Como enviar às editoras? Com esse meu jeito meio mãezona / professora, eu nunca me contentava em responder de forma seca ou breve: respondia com textões, exemplos, explicações, meu ponto de vista. Mas isso demandava muito tempo, então comecei a manter essas respostas salvas para copiar e colar a quem me perguntasse a mesma coisa. Até que pensei: e se eu tiver um canal onde eu possa criar conteúdo com essas orientações, para que não somente aqueles que me procuram possam ter acesso? Foi assim que criei o Youtube e o blog! E é maravilhoso receber o feedback de tanta gente que nem mesmo me conhecia, antes de ver meus vídeos, e hoje diz que, graças às minhas dicas, tem conseguido avançar na carreira de escritor que tanto almeja!

    13.     Você pretende escrever mais livros? O que podemos esperar de novidades?

Sim, já estou concluindo meu novo romance! Acredito que será lançado ano que vem. A história está ficando enorme (maior que Quero Ser Beth Levitt, que tem quase 600 páginas... rs!), então, terei um grande trabalho revisando e enxugando a história. E, ainda este mês, divulgarei novidades sobre um romance que escrevi em conjunto com outras autoras maravilhosas, e que será lançado no Natal! Fiquem de olho nas redes sociais, que contarei tudo lá! :)



Obrigada Samanta por essa entrevista, muito sucesso na sua carreira e o que precisar do blog pode contar comigo. Estou à espera de algum livro ou conto sobre Dr. Love.




Acompanhe a autora nas rede sócias, no Youtube e no blog:








ACOMPANHE O BLOG

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...